UM POEMA DE VIRIATO GASPAR
DIA DOS FIN(C)ADOS
Os mortos que arrastei nos meus sapatos
nunca virão gritar-me seus silêncios.
Apenas me olharão com seus guardados,
molhados de luar, sujos de imenso.
Os mortos que cá rego em meus ouvidos
não me dirão seus rumos nem meus rasos.
São marcos que macero em meus cansaços,
como um mural de mim, sem mapa ou mastros.
Meus mortos são meu gás, meu passaporte
para o silêncio após, o pó que aporte,
quando a noite descer e abrir sua porta.
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