TRÊS POEMAS DE SANDRO SILVA

 












BLASFÊMIA

 

No apuro repentino da penumbra

os corpos convergem ao relento

sensações descortinadas no pulsar

passos convictos sem retorno.

 

Qualquer foco de luz é um sinal

qualquer abertura, uma passagem

sem barreiras expostas a olho nu

dúvidas bloqueadas pelo desejo.

 

O atrito da pele desprovido da culpa

roupas suplicantes lançadas ao altar

feitiço acobertado em blasfêmia

profana celebração de um instante.

 

Mas o silêncio ainda soa redentor

na dispersão de ocultas florações

sacros mistérios suspensos no ar

como ecos de uma benção final.

 

O assopro livre do vento

Traços no olhar do arquiteto

Estética da existência.

 

*

 

Céu dos olhos em desalinho

Estrela cadente sobre a face

Uma lágrima sem destino.

 

*

 

Perversidade profunda

Esta disputa costumeira

Entre corpos de segunda

Por ossos de terceira.

 

 

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