TRÊS HAIKUS E + UM POEMA DE CLAUDIA SLAVIERO
várzea se despe
sob o olhar das garças-
colheita do arroz
calmaria -
moldada à bunda de Buda
pedra do riacho
noite de luar
pita o cachimbo apagado
velho pescador
***
BORRA
busco o poema
na liquidez dos dias
escoando por ralos,
salobro ou saliva.
vapor barato,
carbono
expulso a suspiros,
de alvéolos áridos
fartos de sarro.
resiste
atrás de armários,
entre gavetas e guardados,
sob minhas unhas,
incrustado.
borra de tumbas;
à margem da estrada
tingindo folhas;
pó, e mais
nada.
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