TRÊS POEMAS DE MÁRCIA TIGANI

 








O TIGRE DA ESTEPE

 

Vem da estação fria

a grama queimada

em terra estéril

 

O arrepio na espinha

e grandes olhos

negros como nanquim

 

vigiam o mundo

sondam seus perigos

sublimam  diástoles

 

Pressentem asteróides

sobre cabeça e torso

e com assombro

  

olham da planície à diátese

descobrindo a solidão

(só a palavra o acompanha)

 

As dores estão guardadas

numa caixa de metal

à espera da partida

 

Morrer tantas e tantas  vezes 

e retornar   à estiagem

como pedra, argila  ou totem

 

 

EM TUAS MÃOS

 

Permito-me  toques

assim ávidos

tímidos, ousados

 

 Língua a deslizar

pelo torso

a descobrir   grutas

onde pulsa Eros

 

E no subversivo desejo

derreter- me.

 

EROS

Entre o risco

e o arisco

  sempre Eros  

 

 

 

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