TRÊS POEMAS DE CELSO VEGRO

 











EMBATE

 

Coqueiros oblíquos

vasculham ruínas

do vento insolente.

 

Memórias apagadas

do mapa de corpos,

opacidade do tempo.

 

LAMPEJO

 

Flores de areia

agonizam

no campo vertente,

aquele..

dos trilhos escamados

que apagam rastros

e mastigam auroras.

 

Ramagens sobem dunas

feito limalhas

desbastadas pelo sol

que coagula argila,

vitrificando memórias.

 

GABARITO

 

Cal, cimento

não é tudo.

Há camélia,

ontologia

que fulge narinas,

vivifica paisagens,

excedendo

dobras do tempo.

 

Concreto, aço

não é tudo.

Há amoreira,

vestes brancas...

prosperam escarlate,

para fenecer

ácidas, lerdas.

 

Brita, reboco

não é tudo.

Há colibri,

capa metálica

no ar suspenso,

faz volta, gira

com aguilhão

atravessa.

 

Vão, mezanino

não é tudo.

Disparos do vento

com vórtices

ferem carne,

na mecânica da dor

no patente fim.

 

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