TRÊS POEMAS DE DIRCE CARNEIRO
DÁLHEMARINETTITZARAEBRETON
receitas práticas
retrato no criado
livros papéis anotações
sobre o baú
cortina abotoada na cintura
toda branca tudo branco
na parede branca um quadro lilás
cara pintada de palhaço
refletida em posição descendente
riso lágrima
primavera quente
ventilador zzzzrummmmzzrumrumrumrum cinza
blusa vermelha repousa sobre a calça preta vazias
murchas
umidade do ar zero
móvel imóvel de Rudnick partido em três
no meio da porta branca postit amarelo salva memória
o retro a
cabeça RoR
Tzara Breton Marinetti sem registro sem registro sem
registro
Spaghetti?
5ª feira; 5ª Avenida; quintas de Portugal
Pessoa Reis Folia Carnaval
bu…
bundas bandos baaaaaaaa
hélice ventilador descreve guardachuvinha fininho
transparente
Recife frevo bandas blocos Brennand internacional
peitos pontudos enormes cravam o céu
dial deleta enter power na tomada
TAO (I)
Segredo de andar nas brasas
o gafanhoto sabe
Ser bico de passarinho
TAO (II)
Caminho em brasas
sem a leveza do gafanhoto
enovelo-me em cismas
Tenho passos de elefante
embora às vezes seja águia.
Meu verso quando pensado
é frio, sem sal, sem orégano
o azeite não se mistura
o vinagre vira pressa
o limão desce rascante.
Ah se não fosse o vinho
meio doce, frutado
Ah se não fosse a palavra
que chega inesperada
destarte gasta, óbvia
com um signo inusitado
oculto, de dar susto
e acordar os sentidos
...
Caminhar em brasas
Sutil como gafanhoto
Preciso tal bico de ave
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