UM HAIBUN DE MARIA MARTA NARDI
Manhã levemente fria. Caminho em silêncio ao longo da trilha no sul de Minas. Aqui e acolá, folhas espalham o outono. Apenas o canto de uma ave solitária dispersa por um momento minha atenção. Devagar, retomo a caminhada, observo pensativamente a paisagem e trinta anos voltam à memória. Pouco a pouco, o barulho que vem da cachoeira me chega ainda denso, vigoroso. Fecho os olhos e retorno às águas da infância. Quietude. Tudo é impermanente no fluxo do tempo. Nada nos pertence.
Corredeira, diga,
de minha existência,
quanto falta ainda?
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