UM POEMA DE MÁRCIA TIGANI
PONTEIO
Não me chamo Flor:
as pétalas se foram.
Restaram espinhos
Dedilho semitons
que serpenteiam
O prefácio do dia:
O epitáfio da noite
é sempre exangue
Tordilhos no pasto
ruminam manhãs
plasmadas de utopias
sob acordes de viola :
Ponteio!
Engulo com raiva
quase selvagem
a moralista, a atriz
a beata: todas sinistras
F-A-S-C-I-S-T-A-S!
Diviso entre eles
o que fagocita
o que mata negros
o que engole o soma:
Sodoma!
Fiz um juramento
de ser mansa
as me tornei pagã
Deus? Há muito
Já o matei em mim
Ponteio
prantos,dores
rastros ,veios
marcados sob pele
Cravados sobre carne
No alto, bem no alto
na ponta do pau-de-arara
espera- me a coragem
irmã do ódio
mãe da morte
Não sobrará Messias algum
para contar a história
Forte indignação nos toma com tantas injustiças... nesse país sem eira nem beira...estamos à deriva ...até que alguém possa nos resgatar.... Lula lá, brilha uma estrela ...❤️
ResponderExcluirObrigada, Esther, pela leitura e comentário.Abraco!
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