POEMAS DE JORGE AMÂNCIO
ARMISTRONDOS SILENCIOSOS
no corre-corre da cidade
anglófonas matam
francófonas
Camarões segue sem nada
sol a pino
(calor) dias tensos
no metrô lotado das
tardes
sauditas explodem
iemenitas
Paquistão Filipinas
Iraque
sol poente
(frescor) noites tensas
no cotidiano cobiçado
etnias destroem etnias
Líbia Mali Moçambique
escuridão lua-nova
(terror) madrugadas
tensas
amanhece neblina
polícia milicia
extermínio
Colômbia Brasil México
o sol cresce
(pavor) manhãs tensas
PEREGRINO
pulôveres vestem corpos
esqueléticos
voos negros chicoteiam o
efêmero
pássaros raros revoam em
círculos
séculos cerram as janelas
do exagero
**
corpo conforta-se no papelão
vestes leves no
quase-morto
o cão de olhos caídos
assiste imóvel aos passantes
despercebidos da falta de ar
Comentários
Postar um comentário