UM POEMA DE VAGNER GAVIÃO















DESESPERANÇAS

Quero esmurrar quem odeio
Esbofetear os que amo
Despertá-los do terror noturno
Neste paraíso de carniceiros
Assassinar a pretensa beleza
a ser colhida das tragédias
Impedir que floresçam frutos
no lodaçal da ignorância
Silencio, esmoreço, grito
Canso-me do ar que respiro
Infecto, putrefato a prometer
Inalcançáveis visões de oásis
Vejo-me um outro quase-vivo
Nos intervalos dos telejornais
Ruge nas ruas um coro macabro:
'O extermínio é a nossa salvação!'
A morte, pasma, congela estarrecida.

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