UM POEMA DE FLAVIANO M. VIEIRA













A FOME DOS HOMENS

absorto e clemente em harmonia de flautas

reclama em sonho fuga e mistério

recolhe em si estranhas pinturas

e onírico desabrocha o afago das delicadezas

foge pela fresta arenosa da rua

pensa em alimento e não há o que comer

paisagem atrofiada de puro espanto

insondáveis na tela dos horizontes

doses nuas de maravilhamento ecoam

torpor deitado em surpresas ao amanhecer

em absurdos controlados de luz e opressão

nas estepes inglórias das memórias da pele

olha para dentro em cores de espasmos

eis o final dos mortos em farturas de fome

mil débeis fragmentos de estupor brandindo ao sol

desafogando-se em espectros de sono.

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