DOIS POEMAS DE LOURENÇA LOU
















MARIA DA MINA à beira do barranco feia e fria via seus dias virar vazio adormecer fome a lhe doer na barriga seca de choros de leveza de gestos só sabia de seu sustento sob os dejetos onde nem água se via só havia o cheiro podre de enxofre havia o nada dos próximos dias havia a vida a escorrer pela lama da mina vazia de feijão


AMOR DE RUA

vida beija na boca 
estranheza dos tempos

pessoas estão indo
e não voltarão mais

na janela da cozinha
sustos brilham em neon

claros e escuros dos rostos
balançam o ponto seguro

lutas abraçam o luto
luto abraça a saudade

me acolho na feridade
amor de rua me acerta

suavizam-se meus olhos

escancaram-se meus ouvidos.

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