UM POEMA DE JORGE AMÂNCIO

 











PONTO 45


o   sol 

espreita 

pelas frestas.

a neblina

acalenta

os óculos escuros.

pingos

lacrimejam

o dia. 


ando

ao portão

entreaberto.

a lembrança

entre rasga

 a voz. 

no silencio,

o cheiro de flores 

e mármore.


a chuva fina

o arco-íris

despedem-se

da manhã.

a terra 

cobre 

o corpo.


Sem chão,

prendo

a memória.


mudo

a cama de lugar, 

abraço

o travesseiro.


guardo

a munição 

ponto 45.


ouço

Lupicínio Rodrigues

e choro.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

POESIA

TRÊS POEMAS DE JORGE AMÂNCIO

NOVE POEMAS DE JORGE AMÂNCIO