UM POEMA DE LUCIANA BARRETO

 







ROSA DOS VENTOS

 

São vastos os ventos como pássaros sem pouso

condenados a essa espiral infinda e fria

Garganta clara a soprar mais e mais e mais

caracóis aéreos, aves zonzas, areias suspensas.

 

Naquele corredor surdo de ventos

destino algum se risca possível:

o homem sem rosto avança insone

a mulher de branco pisa as águas

e os lírios se desprendem dos dedos.

 

São os ventos do norte que geram as miragens

embaralham os dias, sustam as noites

e em meio a barcos vazados de luz

         – arbustos ardidos ao longe –

um menino de cabelos de fogo

              (e olhos de saibro)

sabe o mar, o deserto, a fornalha

           e na faixa larga e branca

rabisca – distraído – a rosa partida.

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