UM POEMA DE PAOLA SCHROEDER

 









PANTEÃO DE NUVENS


Suplico, porque minhas forças não veem um caminho.

Não fale nada do teu mundo, da tua vida.

Minhas dores rolam em tuas tentativas,

pois sei que só tenho espaço quando tu silencias.


Meu movimento é vasto quando busco finezas.

O querer fere os sonhos que teu corpo incita.


Que faço dos espaços vazios que nessa altura já são abismos?


Não dividimos o ar, teu olhar não me alcança.

Quebrei aquele valioso vaso em que Eros vivia.

Sabes que não foi de propósito, 

o desejo me deixa perdida.


Teus dedos desenham uma face que ainda não apreendi.

Não quero que feche os olhos se meu toque te desperta.


Com sorte volto a te encontrar entre silêncios.

Tuas mãos em movimento como se abraçassem pássaros.


Tua delicadeza não te afasta de mim. 

Meu desejo não me afasta de ti.


Mas quando eu me chamar saudade, se despeça. 

Deixe ir o carinho que te abraçou um dia.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

POESIA

TRÊS POEMAS DE JORGE AMÂNCIO

NOVE POEMAS DE JORGE AMÂNCIO