DOIS POEMAS DE SANDRO SILVA

 









SEMEADURAS

 

Devastaram-se as copas

das árvores altivas

que juntos semeamos

às escondidas.

 

Sobrou-nos o sopro

melancólico do vento

a passar displicente

pela sombra exaurida.

 

Mas que deixa como marca

por caminhos inusitados

horizontes que instigam

sonhos de novas semeaduras.

 

MARCAS DE AREIA

 

Sou mais um louco de pedra

de prego virado e batido

alma lavada em correnteza

coração aberto e carcomido.

 

Sou vontade imersa e sobreposta

raiz em busca de seu caminho

coisa pouca sem apego certo

vento que descansa o moinho.

 

Sou quem agenda o agora urgente

e aguarda vigilante o próximo trem

abro janelas para saudar os pássaros

descarrilho destinos para ir além.

 

Sou motivador de desconfiança

por tudo que se esperam de mim

marco meus passos com sorrisos

nessas andanças de dias sem fim.

 

Sou palavra ressequida pelo sol

rima alinhavada em solidão alheia

pedra que rola de traz da paisagem

e deixa nos lábios marcas de areia.

 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

POESIA

TRÊS POEMAS DE JORGE AMÂNCIO

NOVE POEMAS DE JORGE AMÂNCIO