UM TANKA E UM SONETO DE NARA FONTES

 












O TEMPO NO VENTO

 

Na cadeira de balanço

a mulher tece

Com o fio das horas

 

No vento, o tempo sussurra

Desapego e recomeço

 

MAGMA FLOR (Minasia Alpestres)

 

Pela pequena fenda ainda aflita

Vencendo em si o medo e a escuridão

Em trôpega e imberbe comoção

A frágil flor emerge livre e indômita

 

É na escarpa rochosa que lhe dita

Os mais tolos enganos e ilusão

Que a vida cria orgânica feição

Na delicada flâmula recôndita

 

Da ígnea trajetória resta o pó

Moldado pelo tempo em desalinho

Sabe-se outro embora siga só

 

E a sinuosa flor verte o caminho

Toca-lhe desfazer a trama e o nó

Sem negar-se a visão do etéreo espinho

 

 

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