DOIS POEMAS DE NARA FONTES
A TELA
(para Edvard Munch)
no vazio da tua boca
gosto de hortelã
na tela
silêncio
vida desfeita
em horas de não ser
na boca
chá de hortelã
no silêncio da casa
o grito
vazio
de horas desfeitas
gosto de hortelã
bocas vazias
no surdo
grita a tela
silêncio em vida
boca de hortelã
a espera
tela e surdo
silêncio desfeito
de horas vazias
AROMAS
na asa da noite o frescor da manhã
desata o medo assanha a vista
zumbido de nuvens acolhem
pássaros prenhes
arrepiam a pele do vento
no horizonte o verde
entorpecido de passado
distrai a retina
vagalumes resistem ao ocaso
negligenciam a escassez da lua
um gole de café
acorda a despedida
Comentários
Postar um comentário