DOIS POEMAS DE PAOLA SCHROEDER

 









INDECIFRÁVEL

 

Tenho meus silêncios

Meu coração não:

faz alarde

se ouve tua voz

teus versos

de conchas marinhas

lábios colados

à orelha

pelos eriçados

simulam

jogar-se do corpo

e a palavra muda

explode no olhar.

 

INSTANTE MUDO

 

Olhar para dentro do tempo

e perguntar o que me dá forma.

 

Seios crescendo.

Pelos já aparados.

 

Traços e linhas finas.

 

Músculo mocho,

falo escondido.

 

Desenho pétala ou espada?

 

O silêncio faz a curva.

É fado, encanto e engano.

 

Sine qua non do pensamento.

 

Olhar para dentro do tempo

e não me encontrar em nenhum lugar.

 

O instante mudo

é uma língua em transe.

 

Desafia correntes e sinais.

Pula o muro.

 

De um lado

a forma genérica

do pensador.

 

Do outro lado

a forma original

da pensadora.

 

 

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