DOIS POEMAS DE JORGE AMÂNCIO
A CHUVA BATE NO ESPÍRITO MUITO MOLHADO coisa vazia a cabeça pode soar de pé na estrada na dobradiça da porta abre o bico como ave de rapina sobe no forro derrama sal no molho na floresta assenta uma pedra (e essa pedra) sangra a chuva que bate no espírito não passa pelo fogo na plantação acima das plantas (graças a seu tamanho) vê-se seu crânio amarra uma pedra na carga de alguém que tem um fardo leve se o cacto amadurecer come seus frutos se não amadurecer espera (que os filhos não sejam raros na minha casa) laroiê exú. exú é mojubá! VERSO E REVERSO DO UNIVERSO I enviado por quem não é visto vem ao mundo sem esquecer comprido cajado de chumbo o grande comedor de caracóis dono da coisa sagrada do corcunda e do albino o rei do pano branco faz as coi...