ELEGIA Na Pedra do Rosário, às margens do Potengi, A brisa solitária finda em melancólico pôr-do-sol, Num céu marrom, azul, com tons de avermelhado arrebol. Um jovem diante do cenário Louva plantas malditas e vinho ordinário Em recidivos versos de sentidos desregraddos (ele desconhece O prazer do sommelier, que degusta o sabor do vinho raro, Um prazer aristocrático, burguês – e se avalio bem – avaro E caro). Surge nova a lua amarela nas águas do negro estuário, Onde um barco vazio segue sem rumo, Rente ao mangue lutulento de pungente desvario. O adolescente cambaleia Por caminho de crepuscular poesia, Sem perceber o inexprimível vôo do pássaro, Presságio de sonhos ruins Em que formigas procuram o seu coração. Ansiedade! Pensamento golpeado, turbilhão de sentidos, Na senda da noite, entre a vida e a morte; O louco morreu. Outro homem nasceu. No céu, uma nuvem de rosas, Vermelhas E Amarelas, Vaporosas, Caem ao peso do amor. Quando o túmulo se abre vê-...